A busca por uma saúde pública mais eficiente, equitativa e participativa reuniu 133 pessoas entre trabalhadores, gestores e usuários do SUS na 15ª Conferência Municipal de Saúde de Abaetetuba. O evento, realizado nos dias 4 e 5 de agosto na Faculdade de Medicina Afya, abordou o tema central: “Planejando o SUS Municipal: fortalecendo a saúde pública com gestão participativa”.
Organizada pelo Conselho Municipal de Saúde, em parceria com a Prefeitura de Abaetetuba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, a conferência é um espaço estratégico de escuta, deliberação e construção de propostas para o novo Plano Municipal de Saúde, que abrangerá o período de 2026 a 2029.
Durante os dois dias de evento, os participantes debateram propostas divididas em sete eixos temáticos: gestão e financiamento; gestão participativa e controle social; inovação e tecnologia; regionalização; saúde do trabalhador; promoção da saúde; e equidade. As propostas aprovadas serão apresentadas por delegados eleitos na conferência e levadas para a etapa estadual, prevista para dezembro.
“Nós trabalhamos duas temáticas: primeiramente, a orientação sobre o panorama atual da saúde no município e, em seguida, discutimos o que queremos para os próximos anos no plano municipal, sempre por meio da gestão participativa”, destacou Alan Almeida, representante da Secretaria Municipal de Saúde, ao explicar a estrutura do debate.
A conferência também marca o momento de renovação do Conselho Municipal de Saúde, com a eleição de novos membros para o biênio 2025–2027. Para Edmere Pereira, presidente do Conselho, o encontro é essencial para fortalecer o controle social. “As conferências de saúde são onde o controle social se faz presente. É aqui que conseguimos reunir trabalhadores do SUS, da iniciativa privada, usuários e representantes da sociedade civil organizada para avaliar e propor melhorias para a saúde.” Ela também ressaltou a importância da união de esforços entre a gestão pública municipal e o Conselho Municipal de Saúde: “Quando a gestão caminha de mãos dadas com o controle social, conseguimos formular propostas que, de fato, alcancem a população.”
Vindos de diversas regiões do município, inclusive de áreas mais afastadas, usuários do SUS também estiveram presentes, levando suas vivências e expectativas. Rosiane Pinto, moradora da comunidade ribeirinha Rio Ipanema e representante da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos das Ilhas de Abaetetuba (Arquia), pontuou a importância da participação popular. “É um momento para somar. Nós trazemos os conhecimentos das nossas localidades e unimos com o que é apresentado pelas políticas públicas de saúde.” A quilombola compartilhou suas expectativas sobre o impacto do evento para a saúde do município: “Espero que essa conferência abra novos horizontes e garanta condições para que as ações de saúde cheguem também às regiões mais distantes, sejam ilhas, áreas rurais ou comunidades de estrada, onde o acesso é bem mais difícil.”
As propostas homologadas servirão de base para o planejamento estratégico das políticas públicas de saúde em Abaetetuba.
Texto: Ramon Pinheiro/ Revisão: Naldo Araújo.