O auditório do Fórum e Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Abaetetuba foi palco, na na manhã desta quarta-feira (19), do I Seminário Municipal de Acolhimento em Família Acolhedora. O evento reuniu autoridades do sistema de justiça, autoridades políticas, profissionais da assistência social, educadores e representantes da rede de proteção à infância e adolescência para discutir e fortalecer o serviço de acolhimento familiar no município.
O seminário marca mais um passo importante na consolidação do programa “Família Acolhedora” em Abaetetuba, lançado no município, oficialmente em março de 2024. A iniciativa tem como base o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que assegura o direito à convivência familiar e comunitária a crianças e adolescentes em situação de risco, promovendo o acolhimento provisório em residências de famílias voluntárias, devidamente capacitadas e acompanhadas por equipe técnica.
Durante o evento, a pedagoga Arielle Ferreira, que integra a equipe do programa no município, explicou os objetivos do seminário e reforçou o apelo à população para se engajar na causa. “Queremos sensibilizar a rede de proteção e, paralelamente, captar novas famílias que desejem se tornar parceiras nesse trabalho. Acolher é um gesto de cidadania e amor que transforma vidas”.
A promotora de Justiça Adriana Passos abordou o papel do Ministério Público no processo de acolhimento e ressaltou a importância do modelo familiar como alternativa à institucionalização. “O serviço de acolhimento em família vem para assegurar que essas crianças, ao serem afastadas de suas famílias de origem, possam viver em um ambiente com afeto, cuidado e estrutura. A sociedade precisa entender que todos nós somos responsáveis por garantir esse direito”.
A palestrante convidada, Dayse Bernardes, especialista em políticas públicas de proteção à infância, destacou os impactos positivos do acolhimento familiar. “Esse modelo cria vínculos afetivos que permanecem mesmo após o fim do acolhimento. A criança passa a ter segurança emocional, um espaço que é dela, e isso contribui para seu desenvolvimento integral”.
O seminário também contou com apresentações em vídeo de experiências de famílias acolhedoras de outras localidades, mesas redondas, debates e momentos de troca entre os participantes. A programação teve como foco o fortalecimento da rede intersetorial e a mobilização de novos agentes sociais para a causa.
Atualmente, para se candidatar ao serviço como família acolhedora em Abaetetuba, é necessário preencher alguns critérios legais, como ser maior de 18 anos, residir no município, possuir renda fixa (inclusive benefícios como o BPC) e não possuir antecedentes criminais.
Os interessados em conhecer melhor o serviço ou se cadastrar como família acolhedora podem procurar a equipe responsável no Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher (CREAM), localizado na Estrada de Beja, KM 01, bairro Cristo Redentor. O atendimento é realizado em horário comercial, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Também é possível entrar em contato pelo e-mail familiaacolhedoraabaetetuba@gmail.com. A equipe está à disposição para esclarecer dúvidas e orientar todos que queiram integrar essa rede de proteção à infância em Abaetetuba.
Texto: Ramon Pinheiro – Ascom/PMA.