O principal objetivo é incentivar a geração de emprego, renda e preservar a cultura local, posicionando o município como referência em turismo sustentável, com foco também na COP-30.
Abaetetuba, que integra o Mapa do Turismo do Brasil, vem investindo na valorização de suas atrações naturais e culturais. A Prefeitura Municipal, por meio da Abaetur (Associação Abaetetubense de Turismo), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), a Rede Brasileira de Trilhas e a Amazônia Aventura, está trabalhando com seis comunidades ribeirinhas e quilombolas, além da Universidade Federal do Pará (UFPA) – Campus Abaetetuba, para criar sete trilhas ecológicas e consolidá-las como destinos turísticos de destaque no Pará.
Atualmente, o projeto “Trilhas” contempla as comunidades Ilha do Capim, Ilha Tabatinga, Comunidades Quilombolas África, Caeté, Laranjituba, Ramal do Bacuri e a reserva ambiental localizada no campus da UFPA. O objetivo é fortalecer trilhas ecológicas associadas ao Turismo de Base Comunitária (TBC), promovendo geração de renda, preservação ambiental e valorização cultural.
Comunidades como protagonistas
Dadiberto Azevedo, representante da Associação Santo Antônio da Ilha do Capim, destaca a importância do ecoturismo: “Temos belas paisagens, uma cultura rica e uma identidade forte. O ecoturismo pode trazer renda e sustentabilidade, valorizando o que temos e respeitando nossa forma de vida. É essencial que o turismo seja construído com diálogo e integração, trazendo benefícios econômicos e preservando o ambiente.”
Neia Nery, diretora da Abaetur, ressaltou a importância do TBC para o desenvolvimento sustentável: “Estamos incentivando a criação de novas trilhas no município. Atualmente, temos a Trilha das Gigantes, a segunda maior trilha a céu aberto do Pará. Essas iniciativas trazem desenvolvimento econômico sustentável, geram emprego e conectam pessoas à essência do território. Nosso objetivo é capacitar os moradores para atuarem como guias e empreendedores, fortalecendo o ecoturismo local.”
Com uma geografia formada por ramais e 72 ilhas, Abaetetuba encontra no TBC uma estratégia eficaz para gerar emprego e renda, especialmente em áreas afastadas do centro urbano.
Turismo Sustentável e a COP-30
Em preparação para a COP-30, que ocorrerá em Belém, Abaetetuba alinha suas iniciativas ao evento internacional, buscando se posicionar como referência em turismo sustentável.
Júlio Meyer, integrante do Ideflor-Bio e diretor da Rede Brasileira de Trilhas, destacou a importância de transformar atrativos locais em produtos turísticos organizados: “É fundamental para compor o Pará como destino de ecoturismo. Temos muitos atrativos, mas pouca organização. Só com produtos bem formatados podemos fortalecer o ecoturismo no Brasil.” Ele também ressaltou o diferencial do ecoturismo na Amazônia: “O componente cultural da Amazônia é único, especialmente nossa gastronomia. Essa valorização cultural é essencial para que o mundo conheça nossos desafios e belezas por meio do ecoturismo.”
Impactos esperados
Com o desenvolvimento das trilhas e do turismo sustentável, espera-se um impacto positivo na economia local, por meio da geração de empregos e aumento da renda das comunidades. O fortalecimento do ecoturismo também será essencial para a preservação ambiental e cultural da região.
A Abaetur, com apoio de parceiros como Sebrae e Senar, planeja oferecer capacitação para moradores, preparando-os para atuar como guias e empreendedores no setor ecoturístico, garantindo que o turismo promova igualdade de oportunidades e respeite as particularidades de cada comunidade.
Texto: Ramon Pinheiro- Ascom/PMA.