O bairros que mais causam poluição sonora são Algodoal, em primeiro lugar, seguido do São Lourenço e em terceiro lugar o Centro.
O combate à poluição sonora é um verdadeiro desafio para os órgãos ambientais, de trânsito e de segurança em Abaetetuba. Os ruídos são provenientes de diversas fontes como som e escapamento automotivos, fogos, festas e até de celebrações religiosas.
Para discutir sobre as melhores práticas nesse combate, a PMA , através de uma parceria da Semeia (Secretaria de Meio Ambiente de Abaetetuba) e Ministério Público, realizou na quinta-feira (17) a 1º audiência pública sobre a poluição sonora no município, na sede do MP. O tema escolhido foi "poluição sonora, quato maior o som, menor é o respeito e maior é a consequência".
A promotora de justiça Juliana Nobre, afirma que esse é um problema antigo. "Já deixou de ser apenas uma questão ambiental e se tornou um problema de saúde, que prejudica as crianças, principalmente autistas, idosos e animais. Precisamos sensibilizar para esse assunto, o seu direito começa exatamente onde termina o da outra pessoa. Esperamos que com a ação conjunta de todos os órgãos possamos pelo menos minimizar essa situação em Abaetetuba", frisou.
O titular da Semeia, Raphael Sereni, afirmou que desde o início da gestão "Cuidando de Todos", o órgão realiza ações integradas, em parceria principalmente com a Policia Militar, mas que ainda é preciso mais sensibilidade da população e mudanças de hábitos. "Só vamos mudar esse comportamento dos moradores através da educação, sensibilização para que tenhamos um município sustentável e que respeite o próximo", comentou o secretário.
Em 2021, a Semeia começou o levantamento de dados sobre a poluição sonora no município. Foram 1500 denúncias através do disque denúncia ambiental e do protocolo da secretaria. Este ano, o número aumentou para 2200 até outubro. "Esse aumento pode ter várias interpretações primeiro a efetividade na denúncia com o serviço, que é 24 horas, acompanhado por fiscais com formação na área ambiental; equipamentos adequados e certificados pelos órgãos e agora estamos no processo de aquisição do sonômetro para melhorar ainda mais nosso trabalho", destacou Raphael.
Outra inovação que está ajudando o combate é o Mapa Acústico de Abaetetuba. "Através desse estudo, conseguimos saber, por exemplo, os bairros que mais geram poluição sonora. O mais poluente é o Algodoal, seguido do São Lourenço e em terceiro lugar o Centro. Agora com esses dados poderemos realizar campanhas de educação ambiental e articular ações em conjunto com os órgãos. Nosso desafio agora é a fiscalização dos fogos de artifício, que já tem leis estadual e municipal para mitigar essa problemática", frisou.
Para Laurinha Cardoso, representante da ONG Mães Guerreiras, que atende crianças com deficiência, falou sobre o que a poluição sonora causa nas crianças com sensibilidade auditiva. "Os barulhos, sons altos, fogos causam prejuízos porque desencadeiam crises em nossos filhos. Diante do barulho excessivo essas crianças se desorganizam, criam crises, choram quebram tudo. Estamos aqui pedindo socorro para que os órgãos públicos tomem providências, fiscalizem e punam essas pessoas que fazem com que nossos filhos se desestabilizem", pediu. A ONG atende atualmente 169 crianças e adolescentes com diversas deficiências.
O superintendente da Polícia Civil, delegado Mhoab Khayan Lima, afirmou que a polícia tomará medidas mais enérgicas para sanar a problemática em Abaetetuba. "A poluição sonora é crime e a atuação da Polícia Civil é efetiva. Temos várias leis que tratam dessa matéria, entre elas o combate à poluição sonora, a contravenção penal do sossego alheio, também é crime na legislação de trânsito. A PC vai atuar com os órgãos para apreender sons, fogos de artificio, sons automotivos ou qualquer outro instrumento ruidoso. As pessoas precisam entender que no momento que o cidadão no seu lazer afetar as outras pessoas e cometer crime ele precisa ser responsabilizado. Ele será conduzido para a delegacia, e a depender dos crimes que cometeu, pode ser preso em flagrante e parar no presídio", enfatizou.
Estiveram presentes representantes da Câmara Municipal, Conselho do Meio Ambiente, Departamento de Trânsito, Polícia Civil, Polícia Militar e entidades civis de proteção à criança.
(Texto: Ascom PMA)