A área afetada segue sob estudos técnicos e sociais, além de receber ações para conter os impactos físicos e sociais do desastre
Critérios técnicos fundamentaram a ampliação da área isolada
Na tarde desta quinta-feira (2), uma comissão esteve na área afetada para estabelecer a ampliação da polígono de risco oriundo do movimento de massa registrado nos bairros São José e São João no último domingo (26).
O grupo foi composto pela coordenação do Comitê de Sistema de Comando em Desastre, Defesas Civil Municipal, Defesa Civil Estadual, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Serviço Geológico do Brasil e Secretarias Municipais de Obras e de Assistência Social.
Por prevenção e para melhor andamento do trabalho na área, as barreiras físicas de isolamento foram deslocadas, demarcando uma área mais extensa. A decisão é fundamentada em critérios técnicos, que englobam a geologia da área, questões climatológicas e a previsão de alta da maré. "O lugar está 24 horas monitorado pelo Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil Municipal e Defesa Civil Estadual. Existe parâmetros científicos que estão sendo utilizados, da evolução do desastre", esclareceu o coordenador do Comitê de Sistema de Comando em Desastre, Augusto Lima.
A retirada dos moradores do local será executada de forma ordenada, sem a necessidade de evacuação imediata dos novos trechos alcançados. A Defesa Civil Municipal e a Secretaria Municipal de Assistência Social já iniciaram o levantamento das informações relativas ao número de imóveis e atualização da quantidade de famílias afetadas pelo desastre.
A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, já iniciou o estudo social das famílias que residem no novo trecho alcançado pelo isolamento. O trabalho de cadastramento conta com o apoio dos Agentes Comunitários de Saúde, que têm ajudado na identificação de quem é, de fato, morador da área. Reforço que ajuda a evitar fraudes, por parte de pessoas que estão se aproveitando do momento para tentar acessar indevidamente os benefícios concedidos às famílias afetadas.
A Secretária Municipal de Assistência Social, Josiane Baía, destacou a importância da integração com a Secretaria de Saúde para filtrar as pessoas aptas a acessar os benefícios assistências. "Nós nos preocupamos em fazer isso porque na primeira situação muitas pessoas tiveram que ser evacuadas sem ter todos os cadastros prontos. Nós tivemos dificuldades porque muitas pessoas, infelizmente, se aproveitaram da situação", declarou a gestora.
O coordenador do Comitê de Sistema de Comando em Desastre reforça que toda ação está ordenada e coordenada, de forma a assegurar a redução dos danos humanos e prejuízos sociais no curso da operação. "Temos a possibilidade de fazer o aumento gradativo e uma retirada gradativa, sem precisar evacuar. Ou seja, sem precisar tirar as pessoas só com a roupa do corpo. Se não aparecer nenhuma situação do epicentro do desastre, nós temos tempo de fazer a retirada dessas famílias, ordenadamente. Elas vão poder retirar os seus pertences, retirar os seus bens, com total apoio do Município e do Estado", avaliou o coronel da reserva do CBM, Augusto Lima,
O Comitê de Sistema de Comando em Desastre, criado pelo Decreto Municipal nº 156/2023, é o órgão de articulação que coordena a atuação da gestão municipal e demais forças envolvidas para prestar assistência às famílias atingidas, além de monitorar e conter os riscos na área.
Em 26 de fevereiro o Decreto Municipal nº 157/2023 declarou Situação de Emergência nas áreas do município de Abaetetuba afetadas pela erosão de margem fluvial por 180 dias. Em 27 de fevereiro, o decreto foi homologado pelo Governo Estadual e em 1º de março a situação foi reconhecida em nível Federal, por portaria do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR).